Bruce Delamitri é um cineasta especializado em filmes sobre assassinos. Filmes notáveis, com um estilo próprio, não aquele lixo que usualmente compensa os baixos orçamentos de que dispõe recorrendo a cenas hardcore de sangue e de sexo. Os filmes realizados por Bruce seguem as últimas modas, são verdadeiros marcos pós-modernos, repletos de justaposições e de alusões irónicas. Os seus assassinos são modelos de bom estilo. Movem-se e falam com uma elegância muito actual. De modo que ser morto por um deles poderia talvez tomar-se por uma afirmação de bom gosto.
Mas Wayne e Scout, esses, são assassinos a sério, pouco inteligentes e sem qualquer moral. Gente desequilibrada e triste que mata pessoas que nem sequer conhece.
E na noite dos Óscares, na precisa noite em que Bruce Delamitri pensava ter o mundo a seus pés, Wayne e Scott, que afirmam ter-se dedicado ao crime por causa dos seus filmes, resolvem tomar conta da sua vida. Aquilo que se pensara ser uma ficção premiada, torna-se assim um documentário.
Começa então um pesadelo irónico, em que Ben Elton, que conhece bem o mundo do cinema e do show business, descreve com precisão quase caricatural os vários equívocos morais e os tiques, por vezes cómicos, por vezes trágicos, de toda uma sociedade que se desabituou de ser responsável.
Popcom é um dos romances que vale a pena ler sobre o mundo privado de Hollywood.
